domingo, 13 de dezembro de 2009

Virtude.


"Existem duas classes de homens: os que vivem falando das virtudes e os que se limitam a tê-las."

Em qual classe você se encontra?

Acredito na virtude. Não na verborragia inútil. A palavra é vã, acredito em atos. Mas insistimos em tentar “comprar" nossa salvação.
Olhos marejados na missa de domingo, no culto evangélico, no centro espírita, as pílulas de salvação que resultam deste momento de encontro com "Deus", mas de lá saímos maldizendo o próximo, praguejando contra o tempo e invejando o carro novo do vizinho; para citar apenas exemplos menos torpes, mas sim, temos a ilusão fagueira de que "estamos fazendo nossa parte". O ser virtuoso não se escora em religião, ele representa o amor a Deus no exercício pleno de suas qualidades morais; ele representa de maneira singular, as boas semeaduras que falava o Cristo. O ser virtuoso não ludibria a si nem aos outros usando de palavras ou cinismo para alardear ao mundo qualidades que ele (não!) possui. O imperativo do ser virtuoso é ser, não dizer!
A palavra de Deus não está em letras, em palavras bonitas, frases bem feitas, livros e mais livros, mesmos os ditos “sagrados”, a palavra de Deus está em nossas atitudes, e sem transformar o verbo em ato o escrito não vale nada, não alimenta a alma de verdade e muito menos angaria para nosso ser valorosas virtudes.

Vide, larguemos mão desta retórica e mostremos ao mundo nossa intimidade com Deus nos pequenos gestos (ou grandes) de profunda conexão com o divino através de atitudes. Façamos jus aos salmos que gostamos de citar como mantras, mas que nem ao menos entendemos completamente seu significado. Apliquemos verdadeiramente no dia a dia as pílulas de esperança contidas nas frases e textos motivacionais que abarrotam nossos e-mails todos os dias. E está bela sementinha plantada no cotidiano pode e deve ser regada com atitudes simples e possíveis: um freio na nossa tão ferina língua; exercitando o dificílimo dom da humildade; lançando um olhar mais generoso ao próximo. Porque não são somente contribuições materiais que ajudam a quem precisa não, assistência também é dada num sorriso, numa palavra de apoio, de incentivo, em um elogio que resgata a autoestima ! Não salvaremos o mundo, mas façamos nossa parte com os recursos que temos em mãos, e recursos todos temos ! Quando a religião alicerça nossa busca pelo aprimoramento pessoal e moral, ela é bem vinda sim, seja ela qual for. Mas só neste caso. Quem a usa como lenitivo para o apagão moral que impregnou-se de forma indelével em seu ser, que deixe logo a hipocrisia de lado e perca a ilusão premente de que lágrimas de crocodilo ao ficar de joelhos perante o cristo crucificado, o pastor, o padre, o palestrante, o monge, irão melhorar sua imagem com o altíssimo. O cara lá de cima tudo sabe e tudo vê companheiro, a sua visão perpassa nossas intenções e no fim, todos sabemos que de apenas (boas?!) intenções não é bem o céu que se encontra repleto.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009


O olá dele foi o fim das despedidas dela.
A risada dela foi o primeiro passo deles pelo caminho.
As mãos dele seriam dela pra que as segurassem eternamente.
O eterno dele era simples como o sorriso dela.
Ele disse: ela era o que faltava
Ela disse que logo entendeu.
Ela era uma pergunta a ser respondida,
E a resposta dele foi: "eu aceito".

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O ato de por em palavras meus sentimentos e verdades, me levam a lugares muitas vezes desconhecidos do meu eu. Esta possibilidade me fortalece e traz a tona um pouco mais deste ser humano. Abaixo um pouco de mim, de você, de todos nós.
Ah nossa vida.

Ah nossa vida... Esta aventura ilógica.
Esta magnitude incontrolável das coisas.
Esta inquietude que pensei, passava aos doze.
Esta esperança incessante.
Esta carência vacilante.

Ah nossa vida... Que voa, não passa.
Que muda, magoa, destoa.
Que agradece, te esquece.
Os medos, os meios, os instantes.
O amor e sua figura esquiva e inebriante
Nossos sonhos perpétuos, mutantes. De manter-se são, de firmar no chão.
De voar sem medo, no abismo interior destes seres errantes, nós.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Prioridades.


È incrível notar o quanto estamos cada dia mais fechados e centrados em nós mesmos. Buscamos como ordem a prosperidade financeira, bem estar, conforto, status. E o deveria ser principal em nossas prioridades, vamos deixando num canto empoeirado do nosso ser.Aqueles motivos morais que deveriam nortear nossa vida, nossas escolhas, mas não. Tudo que nos move, normalmente fica aquém do essencial, e até nossos sonhos, ah os nossos sonhos, estes que poderiam ser tão mais expansivos, mais amorosos, mais humanos, que poderiam contemplar um universo ao menos minimamente maior, estes tem como núcleo tão somente nosso próprio ser e fundamentos comezinhos, vaidosos ou materiais. E é um círculo que se retroalimenta, posto que percebemos e recebemos do mundo, muito deste reflexo contemporâneo egoísta e impessoal.Forjamos com isto então, um álibe perfeito para tudo de mesquinho que fazemos e dizemos, e também para tudo que calamos de positivo que poderia ser feito e não foi.
E no fim, amor, generosidade, doação, compaixão, vão se tornando cada dia mais, palavras que só encontramos significado no dicionário, nunca dentro de nós! Sabemos muito bem falar sobre estas palavras, mas não a vivenciamos de forma verdadeira na nossa interação com o outro, com o mundo.
Termino com Vinicius de Moraes, falando sobre o amor. E como este sentimento maior perpassa todos os outros, a frase é totalmente relevante ao contexto da nossa vida moderna:

“Quem de dentro de si não sai, vai morrer sem amar ninguém”.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Eu tive um sonho, outro mundo é possível II





Num mundo ideal a força do nosso amor, seria como um raro cristal e permaneceria intacto (!) pelo tempo eterno que foge a brevidade das continuas ilusões prementes.
Num mundo ideal olharíamos o mar, boquiabertos da sua imensidão e dormiríamos juntos na praia, admirando o céu que de tão grande não cabe em nós, testemunhados por uma estrela cadente que riscou o céu só pra nos ver.
Num mundo ideal teríamos um cuidado imensurável com o outro, com nossos sentimentos, nunca esquecendo do eternamente responsável por aquilo que cativas.E riríamos de nós, de nossas tolas inseguranças, dos nossos pequenos grandes medos, cientes da fugacidade do tempo que nunca perderíamos a sombra das dificuldades diminutas.
Num mundo ideal dançaríamos ciranda aos 70, resgataríamos a nossa pureza infantil inata, ela foi corrompida sim, mas a buscaríamos seja lá qual for o cais em que esteja debruçada.
Num mundo ideal seriamos cônscios de nossa individualidade. Oferecendo espaço para o crescimento de cada um, apoiando, ajudando, oferecendo o braço amigo, a palavra amiga, nunca os massacrantes impropérios destilados nos momentos freqüentes que gritam nosso ego inflado.
Num mundo ideal viveríamos os sonhos de cada um a dois. Os seus seriam meus e os meus seriam seus. A felicidade só é verdadeira quando compartilhada, assim como os sonhos.
Seriamos os maiores admiradores um do outro, e mesmo com defeitos tão comuns a todos, está admiração só far-se-ia crescer e crescer e não teríamos medo do tempo, das rotinas, das horas lentas de décadas de convivência. O que destrói aos outros, só nos faria mais forte.
A chuva e o inverno não nos trariam más lembranças, nem finas melancolias. No aconchego do nosso lar, abraçados, confraternizando com a dádiva de aquecermo-nos um ao outro com o nosso amor, acharíamos graça destes desencontros que permearam com passagens tristonhas o caminho trilhado num passado desimportante de ambos.
No verão, iríamos ao parque aos domingos. Deitados na grama, contemplando a natureza e a vida que jorra como uma fonte eterna. Ali, a sós, admirados, servindo de moldura e complemento a uma beleza que não se dissolve neste nosso tempo perene.
E no fim, quando não restasse mais nada, ainda restaríamos nós.E deixaríamos nosso legado ao mundo. E permaneceríamos vivos eternamente na lembrança dos que compreendem e acreditam naquelas histórias mágicas que conduzem o fio da nossa esperança vida afora. Escrita com a verdade que tempo nenhum apaga ou destrói. Escrita com o cálido afagar do amor que desafia horas, anos e séculos. Escrita no vasto mundo interior, este sempre desconhecido mundo de cada um, que por sermos unos, penetramos mutuamente.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Com o que sonham os excluídos?!

Com o que sonham os excluídos?!



A despeito de tudo de ruim que vemos e ouvimos, e que de certa forma dada à banalidade com que acontece nos torna cada vez mais insensíveis ao assunto, sábado aconteceu algo que me fez refletir. Fui ao centro da cidade. Andando por entre as ruas, me deparei com uma cena comum nas grandes cidades, mas que me deixou consternado. Crianças com seus 4, 5 anos, enroladas em cobertores imundos que mal cobriam as pernas. Dormiam no chão igualmente fétido, no desalento, e nem mesmo aos sonhos podendo recorrer no seu pesadelo cotidiano; No frio de outono em São Paulo. Detive-me por um tempo a cena que mentalmente retorna ainda hoje, e fiquei a pensar na discrepância das coisas. Falamos sempre de sonhos, futuro, de esperança, de vida. Mas com o que sonham os excluídos sociais? Como falar de esperança com quem não tem e não terá nenhuma? Qual o diálogo com o futuro que um ser nestas condições travará? Este futuro que delineamos majestosamente em nossa mente, com filhos, casamento, pujança material, prazeres luxuriosos.Este mesmo futuro renegado eternamente a bilhões de seres humanos? E me vi ali, olhando tudo e pensando neste contraste, eu, que estava atrás de uma máquina tecnologicamente potente, eu, que ainda insisto em certas vezes acreditar que o destino só para mim que não sorri. Eu, que diuturnamente lamento dores do coração, traumas do passado, eu, que tão sobejamente convicto sou das minhas capacidades intelectuais, da minha boa aparência, tão seguro em meio a tantos parâmetros estúpidos e ilusórios. Pensei... Como não enxergamos que está miséria que vemos em todos os cantos do planeta é tão mais grave, tão mais assustadora, tão mais cruel que nossos comezinhos problemas cotidianos? Como caminhamos covardemente alheios a tudo isso? Como seguimos neste egoísmo atroz, esquecendo que dor mesmo, é não ter o que comer por dias; É dormir em chão frio, é não ter pai, nem mãe, nem família, nem carinho, nem amor, nem sombras, nem migalhas de tudo isso. É não ter cuidados médicos mínimos a condição humana e morrer desassistido, desamparado e desumanamente descartável e dolorosamente sozinho. O pior, porém para mim, é tirar tudo de quem ainda não tem nada, nem compreensão de mundo; Seres pequenos que apenas somatizam a dor desde a mais tenra idade. É tirar tudo de uma criança! Tirar dela o oxigênio da vida, chamado esperança. Tirar dela os sonhos que nos movem, que do seu mundo nunca farão parte.É tirar até sua dignidade humana, como se não fossemos iguais perante as leis divinas. E o que sobra dos seres, sobretudo os diminutos e ainda e mais que nós, despreparados seres, sem dignidade, esperanças e sonhos?

O acidente aéreo recente destruiu centenas de vidas e sonhos. Será que sofreram? Não sofreram? Morreram em quantos segundos? Nos preocupamos demais. Porém, não esqueçam todos, de que a cada esquina onde desviamos o rosto a miséria humana explicitamente crua que nos apresenta, a cada situação cotidiana que evidencia nosso descaso perante o próximo, a cada vez que pronunciamos a frase: Não tenho nada a ver com isso. A cada vez que recolhemos a mão e negamos apoio, seja ele moral, espiritual ou financeiro ao semelhante, a cada vez que apequenamos nossa compaixão ao nível zero, a cada e em todos estes instantes mesquinhos de nosso ser, morrem milhões de crianças em todo o planeta, e com elas um pouco (muito!) do futuro da humanidade, e morre também um pouco do mundo que nossos filhos e netos irão habitar, e este será pior, bem pior. E elas não morrem em segundos, como nos desastres aéreos, elas morrem com as cicutas diárias, lentas e agonizantes, fornecidas por nossa suprema, vergonhosa e inconteste indiferença.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Reflexo da eternidade





Ah está tal felicidade, tão perfeitamente captada na fotografia! Lá, nós mesmos, em tempos idos ou recentes, o amor do passado ou o de agora, os entes queridos que permanecem e os que se foram, todos tão bem representados por aquele sorriso perpétuo.Naquele curto momento, conseguimos mesmo que de maneira fulgaz, aprisionar algo que já se fugia no exato momento passado. Um instantâneo só nosso de uma felicidade ilusória, um cálice embriagador de alegria estática. Ali, representado de forma tão límpida e digitalmente maximizado, aquele sorriso parece tão verdadeiro, tão sincero, tão despreocupado, como se a felicidade fosse algo que pudesse nos acompanhar a todo instante. Acho que nosso sorriso em fotografias, denúncia uma alegria que adoraríamos que reverberasse para todo o sempre e que sabemos impossível. O coração partido, o interior cheio de magoas, medos, inseguranças, tristezas, faltas, ausências sentidas e pronunciadas, mas, os alvos dentes (ou nem tanto) expostos, seja de forma espontânea, tímida ou amarela, expurgam de certa forma o que trazemos na alma. Ali está o retrato da nossa felicidade, mesmo que naquele instante, por dentro, tínhamos vontade de não fazer parte deste globo terrestre. E está sensação de um momento feliz capturado, perpassa nosso ser em todas as fotografias das pessoas que amamos, que admiramos, que bem queremos, etc. Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia... Fotografia! Nossa vingança a ação deletéria do tempo, nossa vingança a felicidade que nos venderam como eterna, mas, que é sentida em plenitude apenas em raríssimos momentos.No retrato não! Neles, somos eternamente felizes.Não perecemos, não sofremos, não choramos, nada desfaz a felicidade que o sorriso numa fotografia denuncia.

domingo, 15 de março de 2009

Um dia, um amor eterno!



Um dia, um amor eterno!



Confio imensamente que o verdadeiro e indelével não foi o experimentando até então, apenas precisamos crescer para enxergar a luz que nos cegava.

Um dia serei olhado de frente, sem medos, sem magoas, sem raiva. Os olhos que refletirão o meu ser virão imantados de generosidade, carinho, desprendimento e paz, e a recíproca será verdadeira sim!

Um dia vou desejar nunca partir, e está vontade será tão real, que pela primeira vez realmente não irei, pois, mesmo sem meus olhos por perto, permanecerei eterno em outra alma.

Um dia a palavra não será necessária, não terá sentido, será vã em definição, será desnecessária, pois, os poemas de amor serão um retrato real da vida cotidiana e não apenas está idealização de sempre e está busca por definições incessantes.

Um dia o silêncio será uma complacência de alma, um entendimento sereno, uma das mais belas sinfonias, não mais representará um vazio a dois, um torpor, está indiferença egoísta, comum aos que pouco se doam e pouco enxergam além do próprio umbigo.

Um dia, seremos um, seremos como o sol, inundando de luz todos os lugares, resplandecendo paz e harmonia, e não está energia opaca que emana dos pseudo-s sois interiores que se apagam tristemente frente ao menor desafio terreno.

Aspirações sem inspirações

Aspirações sem inspirações
Gosto mais de mim quando estou triste.
Quando me recolho, reflito.
Não. Não a tristeza mórbida, moribunda. Desta quero distância.
Sinto-me bem com a tristeza que trás paz, que me aproxima de mim mesmo, que é uma quase alegria, porém, muito mais verdadeira.
Há tempos descobri que a efêmera alegria que sentimos por vezes naqueles momentos hipnóticos, envolvidos em barulho exterior e vazio interior, e que muitas vezes, nos parece ápice de felicidade terrena, não passam de respingo perto do que sentimos interiormente vez ou outra.
A tristeza que trás serenidade, aceitação, autoconhecimento, desta não fuja!...

sábado, 14 de março de 2009

Houve um tempo infantil, absoluto, incomparável e puro.





Houve um tempo em que deitávamos nas alvas nuvens do céu
Observando o pequeno mundo que lá de cima se via.
E ficávamos assim a brincar com a doçura dos dias
Tateando o paraíso que na alma se via.

Houve um tempo lúdico de noites enluaradas.
Onde ficávamos a contar estrelinhas
Aguardando o cometa que num segundo nos levaria.

Houve um tempo de paz no oceano infinito.
Onde deitávamos no azul de suas águas profundas.
Que num cálido sussurro dizia
A calmaria que deste coração imergia.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

17/01/2009. Eu = 2.8 (O tempo não para...)




Aos 18 acreditava que aos 28 seria tão forte, destemido, brilhante. Casado, com filhos, sem conflitos, sem carências, emprego dos sonhos, etc. Por que será que a gente sempre acha que o futuro trará por si só o pacote completo de felicidades que o presente nem sempre trás? Fácil. Porque é sempre cômodo pensar assim. Dá muito trabalho evoluir, dá trabalho crescer. Dá trabalho livrar-se do vitimismo que nos acomoda. Dá trabalho vencer por si só a carência, a solidão. Dá trabalho livrar-se do egoísmo, vaidade. Dá trabalho livrar-se do apego desmedido as coisas materiais, do consumismo vil. Dá trabalho estudar, ler, aprender. Dá trabalho amar. Dá trabalho ser mais paciente, doar-se, entregar-se. Enfim... Dá muito trabalho galgar degraus morais, intelectuais, amorosos e através de luta incessante ser o que deveríamos ter sido nos nossos sonhos idílicos.
Precisei de muitos anos para enxergar está verdade inexorável. Cada um no seu tempo e através do sofrimento e aprendizado necessário percebem que o mundo externo não é desculpa reconfortante para a estagnação como ser.
Somos fruto de variados aspectos da vida, mas que ninguém exima- se de sua responsabilidade, pois, livre é para utilizar seu livre arbítrio da forma mais conveniente e condizente com o entendimento, clareza, força e beleza de sua alma. E a virtude e tudo mais que deveras sonha para si, nunca se esqueça, só chega através de árdua conquista, não caem do céu como a chuva.
Emergi de um sono profundo, de uma prostração cômoda. Ainda há muito que fazer, sempre haverá.
Mas antes de um verdadeiro despertar de alma, não há como plantar um novo amanhã.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Meu Eu.





MEU EU.

Ah, está incontrolável vontade de exprimir o inexprimível.
Está minha tola tentativa de verbalizar o que diz melhor minha retina.
Saudade indizível destes sorrisos que ficaram no caminho.
Saudade daquele sonho que em vão tentamos agarrar, o mesmo se esvai por entre dedos e corações sem realizar-se. Assim como um balão de gás, daqueles que num deslize se perde para sempre no céu de brigadeiro.
Ah, saudade dos seres que cruzaram meu caminho de maneira singular e se foram, não sem antes deixar um pouco de si aqui comigo. Sou fruto deste emaranhado de almas benditas, um conjunto que ajudou a formar o que sou.
Ah, quantos foram tanto pra mim, se soubessem minha eterna gratidão. Mesmo que estes meus olhos, um tanto tímido, algo desconfiado, escondido ficou. Quem sabe aquelas palavras que calei, este conjunto de letrinhas que por vezes para na garganta, e volta para o coração sem pronuncia e sem tradução. Sou está soma de todos que de alguma forma tocaram minha alma, para o bem ou nem tanto, e mesmo estes, eu agradeço. Todos os caminhos, mesmo os tortuosos, me tornaram mais forte.
Oh saudade infinita daquele tempo antigo, da família reunida. Quando papai Noel para mim ainda existia. Onde foi parar aquele sapatinho na janela? Desta fase incomparável e valorosa que vivenciamos chamada inocência.
De tudo, revendo fotos da velha infância, relembrando as pessoas que figuraram neste meu pequeno universo particular, me transporto direto para aqueles olhos de outrora, e percebo alegremente o quanto conservo sonhos pueris, algo intacto em meu interior, um lugarzinho especial ainda não corrompido e por isso agradeço, pois, é a certeza da minha capacidade incoercível de amar.