Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem acabei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Sou minha própria paisagem; Assisto à minha passagem, Diverso, móbil e só, Não sei sentir-me onde estou. Por isso, alheio, vou lendo Como páginas, meu ser. O que segue não prevendo, O que passou a esquecer(...) Fernando Pessoa
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Prioridades.
È incrível notar o quanto estamos cada dia mais fechados e centrados em nós mesmos. Buscamos como ordem a prosperidade financeira, bem estar, conforto, status. E o deveria ser principal em nossas prioridades, vamos deixando num canto empoeirado do nosso ser.Aqueles motivos morais que deveriam nortear nossa vida, nossas escolhas, mas não. Tudo que nos move, normalmente fica aquém do essencial, e até nossos sonhos, ah os nossos sonhos, estes que poderiam ser tão mais expansivos, mais amorosos, mais humanos, que poderiam contemplar um universo ao menos minimamente maior, estes tem como núcleo tão somente nosso próprio ser e fundamentos comezinhos, vaidosos ou materiais. E é um círculo que se retroalimenta, posto que percebemos e recebemos do mundo, muito deste reflexo contemporâneo egoísta e impessoal.Forjamos com isto então, um álibe perfeito para tudo de mesquinho que fazemos e dizemos, e também para tudo que calamos de positivo que poderia ser feito e não foi.
E no fim, amor, generosidade, doação, compaixão, vão se tornando cada dia mais, palavras que só encontramos significado no dicionário, nunca dentro de nós! Sabemos muito bem falar sobre estas palavras, mas não a vivenciamos de forma verdadeira na nossa interação com o outro, com o mundo.
Termino com Vinicius de Moraes, falando sobre o amor. E como este sentimento maior perpassa todos os outros, a frase é totalmente relevante ao contexto da nossa vida moderna:
“Quem de dentro de si não sai, vai morrer sem amar ninguém”.
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