domingo, 24 de fevereiro de 2008

Sobre o ser e o tempo




Conservo na mente a imagem daquela criança.
Inconsciente da maldade da gente.
Inerente ao abandono crescente.
Feliz pelo não saber.
Quando cresci, junto a mim cresceram os defeitos, dos outros e os meus mesmos.
O meu abrir de olhos não tinha direção
Hoje é sempre veloz
Em busca de algo, de alguém que não se encontra.
Enxergo apenas, algumas figuras nebulosas, esquivas.
Ah pobre ilusionista da verdade ausente.

Hoje sou assim: Aguardo o próximo número, acreditando na ilusão premente que até engana os olhos, mas teima em sumir perpetuamente, como um espectro que acreditamos ser gente.
Então retorno ao longínquo e valoroso passado distante.
Sonhando com aquele menino com o olhar perdido no horizonte, o mesmo que pensou pretenso, que no mundo que via gigante, ele nunca, nunca ia ser grande.




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