domingo, 21 de agosto de 2011

Sou

Sou o momento presente, uma brisa que passa, sou um segundo infeliz ou alegre. Sou uma palavra mal posta, um olhar irritado, uma atitude incoerente. Sou um sorriso ameno, um elogio sincero, uma manhã de sol num domingo. Sou o que suspira feliz alguns dias, mal come nos outros, ansioso, impassível . Aquele que olha os humanos com alguma fé, o mesmo que se indigna com a falta de educação, compaixão e imagina e pergunta se a baixeza e torpeza humana têm limites. Têm?
Sou um amigo sincero, às vezes escondido na minha concha, mas que nunca nega um abraço ou sorriso.
Sou este composto humano de contrastes, contradições, indignações, fé e ausência dela.
Sou muito do que aprendi, muito do que perdi. E se perdi muito, foi muito deste abençoado tempo em que passei escondido em mim mesmo. Tempo buscando respostas, os porquês de tudo, filosofando demais. Mas descobri (que ironia): não há resposta nenhuma, não há pergunta a se fazer, o imperativo é um só, têm 5 letras e deve vir acompanhado de um ponto de exclamação no final, apenas e tão somente: V I V E R! Porque o dia muda, os sonhos mudam, o tempo destrói alguns de nossos castelos, mas a vida, ah, está segue seu curso, inexorável, indelével, imutável. Pense quantas vezes você tentou agarrá-la pelos dentes, tentou desviar seu curso inutilmente?
Porque no fim, para além de todos os sonhos, perspectivas e desejos que ficaram pelo caminho, não temos muito, alias, não temos nada além do hoje.

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